Heavy Metal Online #60

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Entrevista: Banda Slasher [SP]


Entrevista por: Guilherme Matos

1- É com grande honra que eu posso falar com um gigante das guitarras brasileiras! Assume um dos cargos de guitarrista de nada mais nada menos que Slasher! Estou falando de Lucas Aldi. Para começarmos a entrevista vou fazer uma pergunta clássica, como surgiu o Slasher e qual o motivo de escolher este nome?

Saudações galera do Conquerors of Brazil, muito obrigado pela oportunidade. O Slasher surgiu em 2008 das cinzas de outras bandas que eu e o Lúcio tínhamos, a partir daí fomos traçando nossos objetivos de compor material próprio calçado no Thrash Metal,mas sem nos prender no estilo. Slasher é um subgênero de filmes de terror como Psicose, Sexta-feira 13, Halloween e outros. Este tema se encaixou perfeitamente na sonoridade que buscávamos, possibilitando explorar também graficamente.

2- E as suas influências? Qual banda e artista teve destaque quando se interessou em tocar guitarra?

Minha primeira banda arriscávamos tocar alguns sons do Slayer, essa banda sempre me motivou a tocar guitarra e me motiva até hoje com os novos plays! Gosto muito da escola tradicional do Metal, mas minhas influências vêm principalmente de bandas com uma sonoridade mais moderna, gosto muito do trabalho de guitarras de bandas como Nevermore, In Flames, Soilwork, Sylosis, Lamb of God, Revocation etc.


Lucas Aldi
3- Quanto as composições, você procura seguir uma mesma linha? Gosta de sempre procurar algo novo para tocar?

Eu não me prendo a uma linha ou estilo, normalmente eu vou compondo algo durante o ano todo sem pressa, depois volto evoluindo as ideias. Eu deixo fluir as ideias de acordo com o que estou sentindo no dia, mas na maioria das vezes é rifferama rápida e cortante pra descarregar o stress do dia a dia na guitarra hahaha.

4- Agora uma pergunta de fã, a faixa "Overcome", do álbum "Katharsis" (Temos uma resenha deste álbum no blog), é particularmente uma das minhas preferidas, e olha que não são poucas, tem uma linha de guitarra de outro planeta, ela foi composta somente por você ou sempre rola um toque dos dois guitarristas nas composições?

Bem legal essa pergunta. Este foi o caso que citei na pergunta anterior, eu criei uns riffs avulsos no estúdio durante a gravação do Pray for the Dead, até ficou gravado num vídeo da pré-produçao que vocês podem conferir exatamente aqui: https://youtu.be/dmTuf_96Mw8?t=56 . Este riff ficou guardado e eu fui desenvolvendo ele aos poucos durante o ano, quando sentamos pra compor material novo para o segundo álbum, eu apresentei a ideia pra banda e montamos a composição juntos, é assim que normalmente acontece, trazemos ideias e desenvolvemos juntos. Este foi o primeiro single do Katharsis.

5- Hoje temos uma diversidade incrível de guitarristas brasileiros , como Kiko Loureiro que ingressou no Megadeth recentemente, você conhece algum guitarrista brasileiro que pode chegar longe?


Temos vários guitarristas extremamente talentosos, não consigo citar um específico, mas é questão de oportunidade, com certeza veremos mais músicos nacionais em destaque no Metal mundial além das bandas já consagradas.


Slasher - Katharsis
6- Agora falando um pouco da banda, vocês anunciaram há pouco tempo que estão a procura de um baixista, o que aconteceu com o antigo? Já tem alguém em mente para ocupar o posto?

Antes de mais nada, preciso comentar que foi um privilégio tocar com o Erich, aprendemos e evoluímos muito com a passagem dele no Slasher. O Erich é um professor e músico profissional e devido a isso as agendas não estavam mais compatíveis. Ainda estamos fazendo alguns teste para o cargo, entrem em contato!

7- O álbum mais recente de vocês conseguiu ficar dentro das expectativas de toda a banda?
Com certeza! Ficamos muito satisfeitos com a produção do Tue Madsen e com toda repercussão do material na mídia especializada.

8- Falando de uma questão polêmica, a banda tocaria com uma banda de White Metal? Qual seu ponto de vista sobre tal gênero?
Sim, não temos problema algum com este tipo de situação, não há diferenciação, independente do estilo acreditamos que todos merecem respeito pelo trabalho desenvolvido. Não é uma questão de gosto pessoal ou de ideologia, cada pode expressar-se da forma que desejar desde que haja respeito entre todos.

9- E quanto ao público dos shows, você acredita que está forte na região? Acha que deve melhorar em algo?

É complicado, temos bons festivais com bom público, mas no geral, o cenário está longe do ideal. O público metal precisa valorizar mais o trabalho desenvolvido com tanto suor pelas bandas e produtores. Pequenas atitudes como deixar um comentário para a banda, apoiar investindo num álbum ou comparecendo aos shows podem realmente motivar uma banda a continuar seu trabalho e produzir cada vez melhores materiais. Realmente sinto falta do envolvimento que existia, não vou culpar a tecnologia ou esta nova geração, também temos que nos adequar ao contexto atual, mas não depende só de nós!

10- Para encerrar a entrevista, a banda já tem novos projetos em mente?


Sim, a meta é compor o novo álbum até o final de 2016! Já temos alguns conceitos e ideias esboçadas. Produzir um novo álbum é empolgante, é o nosso escape criativo. Já adianto uma coisa, agora o trabalho será com 7 cordas pra adicionar ainda mais possibilidades ao som do Slasher. Muito obrigado pela oportunidade e pelo trabalho realizado pelo Metal Nacional! Nos vemos na estrada!


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Resenha: "Retreat To Nowhere" - Outset (2015)


Mais uma grande obra de Metal Extremo é lançada vinda de terras potiguares, o Outset presenteou-nos com seu primeiro full lenght nomeado de "Retreat Nowhere", este que veio a luz durante o segundo semestre de 2015. Dessa forma, temos aqui um dos estilos mais sujos e pesados de todo o metal, o Death/Grind,  uma de suas qualidades está na técnica abordada e sua urrante presença de caos. Sim! "caos" é a melhor palavra para definir  o som do Outset, ela é ministrada de forma incansável e malevolente. Aqui não há pausa, é metranca do início ao fim, uma verdadeira barulheira.

Pela capa podemos interpretar sobre qual temática que a banda disserta: corrupção, mas sem deixar de lado a crítica tão indispensável para esses músicos, por serem contra qualquer "força de manipulação social". Para tal, ficou a responsabilidade para o próprio vocalista "Luzdeth" que a desenvolveu com base em seus ideais. 

Sobre a sonoridade não há o que esconder, há influência direta do Hardcore 80's com Death Metal e influências de bandas como  Brutal Truth, Napalm Death, Nasum e Expose Your Hate (porquê será?!). As músicas são rápidas e diretas como segue o figurino das bandas nessa vertente, um dos pontos fortes está no vocal urrado/berrado do Luzdeth que dá todo o suporte necessário, linhas de baixo e guitarra bem casadas e muitos blast beats que beiram a "quebrar a bateria". Brincadeiras a parte, a banda sempre teve seu ideal voltado para o extremismo e não é de hoje que isso acontece. Os destaques vão para "Moral Life?", "New Patterns" , "Deception Lies", "Freedom Denied".

Ao decorrer das 10 faixas poderás confirmar os pressupostos acima, e se for de seu agrado a vertente, pode comprar o disco que ele irá satisfazer todas as suas perspectivas. Vale ressaltar que o CD foi lançado com o apoio de 4 selos (Rising Records, Gallery Prod., Feed Bizarre, Lampião Rec.) que não poderíamos deixar de mencionar.

Track List:

1. Moral Life?
2. Man's Inhumanity To Man
3. New Patterns
4. Negative Deceivers
5. Deception Lies
6. His Own Curse
7. Trilha Branca
8. Freedom Denied
9. No Remorse
10. Life Ends

Membros:
Luzdeth Lott - Vocals
Flávio França - Guitars
pH - Guitars
Patrick Schafstein - Bass
Marcelo Costa - Drums

sábado, 12 de dezembro de 2015

Entrevista: Banda Metalizer [SP]

Douglas Lima, Thiago Agressor, Edson Ruy, Nilão Bonebreaker e Sandro Maués
1- É uma grande satisfação entrevistar Thiago Agressor, que já está a 12 anos na estrada com a Metalizer! Sendo o único integrante da formação original. Para começarmos, aí vai uma pergunta clichê, como a banda foi formada e como o nome Metalizer foi escolhido? 

R..: Primeiramente quero agradecer em meu nome e em nome do Metalizer, a você Guilherme, e quero dizer que é uma grande satisfação também poder divulgar nosso som no Conquerors of Brazil. Então, a formação da banda se deu de forma natural, pois desde que comecei a curtir som nos anos 90, tinha vontade de poder criar uma banda de Thrash Metal, mas levou um tempo até aprender a tocar algum instrumento e achar outras pessoas para tirar essa ideia do papel. Então quando mudei pro interior do estado no ano de 2002, comecei a fazer um som junto de alguns amigos, eu era vocal e tocávamos covers de clássicos do Heavy Metal, mas somente em ensaios, e nessa banda um dos guitarristas era o Leandro (que gravou a primeira demo, Electric Homicide) e começamos a planejar montar uma banda de Thrash Metal. Um fato curioso é que nosso atual vocalista Sandro era batera dessa banda que tínhamos antes do Metalizer. Já o nome da banda foi inspirado pela música Metalized Blood da banda alemã Desaster, mas eu não queria que fosse um nome igual, então mudei para Metalizer, e acabou soando marcante e fácil de lembrar.

2- Com 12 anos de estrada já deve ter muitas histórias para contar, tem alguma inusitada? 

R.: Sim, o tempo passa, depois que passou parece que foi rápido, a vida é assim, isso é sinal de que foram bons momentos, então o que permanece são as histórias. Um momento que sempre ficou na minha mente, foi quando o Douglas entrou na banda, éramos um trio na época, e todo sábado íamos a pé ensaiar na casa do baterista da banda, na época o Luciano. Ele morava na cidade de Sumaré, e a pé dava mais de uma hora pra ir e mais de uma hora pra voltar, e no horário que íamos, depois do almoço, o sol estava sempre forte e a gente tostava no caminho, e ensaiávamos num quartinho que ele forrou com isopor e espuma e era quente demais, a gente suava muito (Acho que é por isso que éramos magros na época hahaha), mas eram ótimos momentos, curtíamos várias fitinhas de bandas que admirávamos no intervalo dos ensaios, e algumas dessas bandas, depois viramos até amigos dos caras, como Executer, Devil on Earth, e outras, isso pra gente é muito louco hahaha.

3- E quanto as influências? Na Metalizer você já foi baixista, vocalista e atualmente está sendo baterista, qual sua inspiração para cada instrumento? 

R.: Eu sempre transitei entre diferentes instrumentos, mais por necessidade do que por habilidade hahahah. Mas em se tratando desses instrumentos que já toquei no Metalizer, bom, no baixo como eu tocava de palheta, o Lemmy pra mim é o cara, lógico que eu admiro muito baixistas que tocam com o dedo como Steve Harris, Gedy Lee, etc, mas minha época de baixista no Metalizer o Lemmy era a principal influência, logo em seguida o D.D Verni do Overkill. No vocal como influência eu citaria o Paul Ballof do Exodus, Kurt Brecht do D.R.I e o Sheepdog do Razor, e pra citar um que eu não conhecia na época que eu era vocal do Metalizer, mas depois conheci e curto muito o vocal, é o Rob Evil da banda Evil Army. Na batera admiro muitos, o Dave Lombardo, Tom Hunting, Philthy "Animal" Taylor, Paul Bostaph, e muitos outros. 

4- E banda? Qual é a banda que você é fã de carteirinha? 

R.: Curto muitas bandas e estou sempre querendo conhecer mais e mais bandas, mas pra citar algumas, Slayer, Iron Maiden, Black Sabbath, Accept, Nuclear Assault, King Diamond/Mercyful Fate, Sepultura, Violator, Executer, Exodus, Razor, Living Death, Sodom, Kreator Destruction, Tankard, Napalm Death, Morbid Angel, R.D.P, Judas Priest, Gammacide, Voivod, D.R.I, Coroner e muitas e muitas outras.


5- Vocês lançaram este o ano o primeiro videoclipe da banda, "My Cage", o álbum "Your Nightmare", vocês ficaram satisfeitos com o resultado final?  

R.: Ficamos bastante felizes com o resultado. Fizemos esse trabalho junto com o Robson e o Claudio, amigos aqui da nossa região, e eles se empenharam bastante em conseguir um bom resultado, e na minha opinião conseguimos transparecer a nossa energia no vídeo. As filmagens rolaram numa associação cultural na cidade de Americana e também usamos imagens feitas no show de lançamento do nosso disco Your Nightmare, no bar do Pirata em Sumaré. 

6- Vocês vão pisar pela primeira vez em solos baianos para tocar na edição de 2016 do "Festival Ruídos no Sertão", nos dias 30 e 31 de Janeiro, em Poções. Estão ansiosos para esta vinda? O que esperam daqui? 

R.: Estamos felizes e ansiosos para tocar na Bahia, pois todos que já tocaram por aí, e também nos demais estados do nordeste, sempre falam muito bem dos locais, da galera e da cena de uma forma geral. Nossos amigos do Suffocation of Souls são daí e estão participando também da organização desse evento que pelo que vimos em vídeos e ouvimos a respeito, tem sido um grande marco para o metal nordestino, e também para o metal brasileiro, então esperamos mais um ótimo evento, com grandes shows, tanto do Metalizer como das outras bandas de muita qualidade e importância que estarão participando, também esperamos fazer novas amizades com os bangers da Bahia e de outras localidades que estarão indo prestigiar o Ruídos no Sertão. 


7- Hoje você já está feliz com o que conseguiu com a banda? Amizades, histórias, shows... Mulheres!

R.: Sim, fico muito feliz, principalmente por ter conseguido manter a banda ativa, mesmo passando por muitas dificuldades, ter sobrevivido e continuado a produzir música. O que me deixa mais feliz e ainda poder estar criando e registrando essas criações nos discos, e também podendo executa-las ao vivo, é bem massa. Enquanto as músicas continuarem surgindo na minha mente, pretendo continuar na ativa.
8- A banda já tem um projeto novo na mente? Outro videoclipe, outro álbum ou single por exemplo.

R.: Já temos 12 composições prontas, Assim que todo mundo pegar essas músicas e estivermos bem entrosados, temos planos de gravar um terceiro disco, conseguir uma boa produção, enfim sempre estar evoluindo dentro de nossa essência. Já conversamos sobre outro videoclipe, e se tivermos condição financeira faremos mais um para o disco Your Nightmare, mas se não rolar com certeza faremos para o próximo disco.

9- O que acha da cena paulista? Acha que cresceu ou diminuiu com tempo? Acha que a cena está fazendo o seu trabalho? 

R.: Como eu sempre digo a cena é feita de bons e maus momentos, ou melhor, para não ser tão binário, digo que a cena está sempre mudando de patamar, subindo, descendo, tem sempre uma galera que aparece, alguns ficam, outros somem para sempre, e acredito que não devemos nos atentar à situação momentânea da cena para guiar nossos passos, devemos fazer sempre o que acreditamos e ser sinceros em nossos objetivos, em nossa arte. Sempre teremos ótimas bandas aparecendo, pessoas legais também, e mesmo nos momentos mais difíceis, haverá algo de bom para nos apegar na cena.

10- Para encerrar com chave de ouro a nossa entrevista, qual banda além da Metalizer você acha que é o futuro do Metal brasileiro?

R.: Hahahaha, cara não sei se somos o futuro, me contento em sermos o presente dia após dia. Mas fica difícil falar em apenas um nome, pois há muitas bandas que admiro, que fazem um som que me agrada. Bom, mas para não fugir da pergunta citarei algumas, O Suffocation of Souls, Leatherfaces, Infected, Violent Illusion e Nosferatu. Não sei se essas bandas atingirão sucesso comercial (espero que sim), mas estão fazendo um som de qualidade, e esbanjando criatividade, e além disso, sucesso comercial nem sempre é sinônimo de merecimento em termos de qualidade musical. Enfim citei somente essas cinco pra não me alongar, mas com certeza há inúmeras bandas fodas no Brasil, e espero que continuem por aí fazendo ótimos discos e shows.


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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Entrevista: Banda Velório [BA]


1- Primeiramente queria agradecer ao Doka, baixista e frontman da banda por ter aceitado o nosso pedido de entrevista, será de grande satisfação para mim e para o site. Começando a entrevista vem a pergunta clássica, da onde surgiu o nome Velório e como a banda foi formada?
"A banda tem esse nome por causa de um trocadilho que fizemos, com os nomes de algumas bandas tipo: Dark Funeral, Funerus, Funeratos e Sepultura. Então a gente teve a seguinte ideia: Antes do Sepultura, tem que ter o Velório, foi dai que surgiu o nome."

2- Hoje vocês contam com um Demo, você acredita que ela ficou dentro das expectativas da banda com as críticas recebidas? A banda pensa em projetos futuros? Como um videoclipe por exemplo.
"A nossa "demo" foi feita com uma baixa produção, como na época, era o que podíamos gravar e também não tínhamos nem um material físico foi ai que resolvemos gravar esse material. E respondendo sua pergunta, ela não ficou dentro das minhas expectativas."

3- E as inspirações? Quais bandas ou artistas mais influenciaram no som do Velório?
"Cara, a gente tem muitas influências dentro do metal em geral, tipo, eu poderia falar sobre influências em comum exemplo: Behemoth, Slayer, Cannibal Corpse, Dimmu Borgir, Vader entre outras....!"

4- Quanto à cena regional, você acha que está forte ou ainda precisa melhorar em algum aspecto?
"Sobre a cena regional, tá mais ou menos, falta muito apoio de muita gente que está direta e indiretamente dentro das cenas, tipo: falta muito incentivo do poder público-municipal, porque o rock e metal, não tem muito incentivo dessas diretrizes. Também tem a falta de união entre os próprios públicos, seja rock ou metal, essa galera não comparece nos shows das cidades vizinhas ou sua própria cidade, isso é deprimente. Falta melhorar é muito! Primeiro passo é a união entre as bandas, os públicos desses tipos de som e organizadores de eventos, fazer um "network" de todas as cidades que tem bandas e eventos, já seria um grande avanço, com relação a atual cena."

5- Hoje uma discussão que já vem de muito tempo está com mais força do que nunca, divide opiniões de vários músicos, estou falando de tocar no mesmo evento que uma banda de White Metal, qual seu ponto de vista quanto a isso?
"Nada, contra, nós geralmente tocamos para um público especifico, nosso público é do Thrash e Death metal, nós nunca tocamos junto de bandas de White Metal, mas se um dia chegássemos a dividir o tocar em um mesmo evento, não veja nada de mais nisso."

6- Como músico você já se sente realizado tocando com o Velório?
"Ainda Não, más é orgulho sermos reconhecidos em alguns lugares, pela galera, tendo em vista que nunca tocamos fora da nossa região."

7- Qual a sua maior inspiração? Tanto de banda quanto de músico.
"Minha maior inspiração é uma banda que não tem nada haver com o metal, essa banda é o Green Day, desde os anos 90 quando eu ouvi o album Dookie pela primeira vez eu pirei na linha de baixo da música: Longview e She, foi depois que eu ouvi essas músicas que meu gosto pelo baixo elétrico foi despertado. E músicos são: Billie Joe Armistrong, Mike Dirnt e Tre Cool."

8- Atualmente o Velório está sem baterista, vocês já tem alguém em mente para ocupar a vaga? O que é preciso pra tocar com a banda?
"Não, não temos ninguém em mente, e para ocupar a vaga o batera tem quer ser: Humilde ( odeio gente exibida) ser comunicativo ( se algo te incomoda e você não se expressa e quer que as pessoas adivinhe o que passa por sua cabeça ai fica difícil) comprometido com o som que a banda se propõe a fazer (não adianta um baterista extremamente técnico, se ele não respeitar a proposta da banda, isso soará estranho cedo ou tarde e vai acabar comprometendo a credibilidade da banda e morar perto da nossa cidade, porque não vivemos de música."

9- Para finalizar a entrevistar gostaria de saber qual banda além do Velório, é uma promessa dentro do cenário nacional em sua opinião.
"O cenário tem muitas bandas boas, más infelizmente, dificilmente alguma delas chegarão aos holofotes que merecem, temos uma banda de Feira de Santana, chamada Human, que é muito foda, temos HeadHunter D.C tá ai no cenário desde 1988, temos a Dearylands que é uma das melhores bandas que eu já escutei em toda a minha vida, mas como eu disse o cenário metal & rock está muito fraco!"

sábado, 31 de outubro de 2015

Entrevista: Kataphero [RN]


Entrevistamos uma das bandas mais fodas da grande Natal, Kataphero, que foi formada em 2009 e recentemente lançaram seu segundo álbum de estúdio que se chama "From Dust". Este é um álbum conceitual que retrata o mito da origem humana em primeira pessoa. Foram abordados perguntas como: formação da banda, a nova sonoridade, novo álbum e muitas outras coisas. 


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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Resenha: "Animalism" - Siege of Hate



Resenha por: Marconi Silva

Esse é o terceiro álbum de estúdio e o mais recente trabalho dessa banda sensacional que é oriunda do ceará, mais precisamente, da capital Fortaleza e que foi formada em 1997. Até o momento lançou cinco registros, dentre eles estão um split, uma demo e três full-leght´s.

Aqui temos uma verdadeira aula de Death Metal/Grindcore, isso aqui é porradaria do começo ao fim, a sonoridade é extremamente rápida, com ótimas linhas de guitarra, riffs cortantes como uma navalha, bateria bem acelerada com uso de blast beats desenfreados, o baixo é ótimo e um dos grandes destaques é o vocal do Bruno Gabai, que é bem rasgado, porém muito bem executado, ao decorrer das faixas se nota também fortes influências do Hardcore.

Uma curiosidade é que mesmo a banda já tendo cinco registros em sua discografia, esse aqui é o segundo realmente lançado por uma gravadora, que é a Gallery Productions, os demais foram lançados de forma independente e em relação á arte da capa, eu particularmente gostei! é uma imagem de um Javali observando como está atualmente a situação do Brasil, além de interessante, retrata bem a proposta do álbum, falando sobre a política. 

Todas as faixas desse disco são destruidoras e muito bem elaboradas, o ouvinte que for um grande apreciador não só do estilo, mas do metal extremo como um todo, assim como eu, poderá ouvi-lo de cabo á rabo que certamente irá gostar. Os destaques vão para as músicas " Grinding Ages " , " The World I Never Knew " ," Life Rules " ,e " Dissonance ".

A música de abertura é a " Grinding Ages ", já começa com uma pancada certeira nos tímpanos, riffs absurdos, um vocal rasadíssimo e blast beats desenfreados, a " The World I Never Knew " começa com uma cadencia, mas depois fica mais rápida, o vocal é bem agressivo e a bateria não está tão rápida como de costume, a " Life Rules " ocorre mudanças de andamentos, começa com uma sonoridade mais técnica, mas ao decorrer da faixa ela começa á ficar mais rápida e o vocal continua ultra rasgado e para finalizar temos a " Dissonace ", essa começa numa velocidade monstruosa e com uso de linhas de guitarras bem distorcidas, mas ao fim ela fica mais cadenciada.

Acredito que a banda deveria ter mais reconhecimento pela parte da mídia especializada, esse álbum além de ser um grande trabalho, é também uma prova de que esses cearenses ainda tem muito o que mostrar para os seus fãs.

Membros:
Bruno Gabai - Vocal e guitarra
George Frizzo - Baixo
Saulo Oliveira - Bateria

1. Grinding Ages 
2. Turmoil 
3. Catharsis 
4. The World I Never Knew 
5. Waiting for What? 
6. Hypochrist 
7. Life Rules 
8. Live Hard, Die Harder 
9. Beware What You Wish 
10. Repelling Rumors 
11. Individual Community 
12. Dissonance 
13. Real Ties 
14. Vida e Morte

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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Resenha: "Katharsis" - Slasher


Resenha  por: Guilherme Matos

Todo Headbanger deveria conhecer esse Thrash avassalador que os paulistas do Slasher vem trazendo, não só nesse álbum quanto nos anteriores. Em 2014 ouvi pela primeira vez o álbum Katharsis, de inicio fiquei assustado com a qualidade excepcional que a banda trouxe nesse disco com riffs inacreditáveis, vocais habilidosos, uma bela linha de baixo e bateria agressiva.

O álbum foi produzido por Tue Madsen que já produziu nada mais nada menos que Kataklysm e a arte de capa ficou por responsabilidade do francês Stan W Decker. 

Logo de cara nos deparamos com um instrumental que não deixa a desejar em nenhum aspecto, em seguida a faixa "Disposable God" com riffs de tirar o fôlego! A terceira faixa é uma destruição sonora, única do ínicio ao fim. A quarta faixa "Final Day" tem um grande mérito para Taddei Roberto que se entrega de alma nessa faixa. A quinta faixa "Face The Facts" é a minha preferida no vocal, mostra uma grande habilidade de Paulo Martins (Skeeter). A sexta faixa "Jamais Me Entregar" é a minha preferida de todas, mostra total sincronia da banda, e sem contar que é cantada totalmente em Português! A sétima faixa "Hostile" apresenta mais uma tempestade do que o conjunto pode apresentar. A oitava faixa "Suffocated" mantém a qualidade das demais. A nona faixa tem um início marcante e agressivo, avassaladora do inicio ao fim. 

Track List:

1. Katharsis
2. Disposable God
3. Overcome
4. Final Day
5. Face the Facts
6. Jamais me Entregar
7. Hostile
8. Suffocated
9. All Covered in Blood
10. Suffocated (Mosh cover)

Integrantes:
Paulo Martins (Skeeter) – Vocal 
Lucas Aldi – Guitarra 
Lúcio Nunes – Guitarra/Backing Vocal
Wellington Clemente – Baixo/Backing Vocal
Taddei Roberto – Bateria

*Links:

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Resenha: "Hunters's Curse" - Necrohunter


Diretamente da capital da Paraíba, João Pessoa, essa exemplar banda de Death Metal lançou seu debut “Hunter's Curse” pela Reapture Records e Gallery Productions. Este foi lançado 3 anos após seu material de estréia, a demo “Slaughtered”. Um fato curioso é que embora tenha se formado em 2002, só em 2014 produziram seu primeiro álbum, no entanto, esse veio um com poder destrutivo e aniquilador que compensou toda a espera. Em “Hunter’s Curse” há uma vitalidade impiedosa, uma verdadeira obra-prima que une técnica e melodia. 

A arte gráfica por si só já é sanguinária e violenta, e pôde idealizar muito bem a temática da banda que retrata histórias de serial killers e atrocidades, tendo ficado isso a cargo de Aldr França que executou sua tarefa de forma árdua. A produção do disco ficou perfeita, conseguindo misturar todos os instrumentos profissionalmente, não deixando nenhum se sobressair dos demais, méritos para o Victor Hugo Targino. 

Logo, nesse novo trabalho, a sonoridade Old School é marcante e estrondosa por ser acompanhada de um vocal poderoso como o do Mauro Medeiros e riffs velozes e criativos que chegam a soar bem melódicos, podemos citar algumas similaridades com bandas como Hypocrisy, Edge of Sanity, Benediction, Unleashed. Eu poderia passar muito tempo falando de cada música e de suas singularidades, mas sejamos breves e mostremos os destaques que vão para “Slaughtered “, “I Sacrificy” e “Hunter’s Curse”. Ambas apresentam uma atmosfera bem conceituosa, sendo a "I Sacrificy" a que, ao meu ver, realmente poderia definir todo o álbum! Ela tem tudo para um bom single; é pesada, rápida, apresenta um excelente solo e até finaliza-se com Pig Squeals que deixaram a música muito mais empolgante e técnica.

Portanto, o Necrohunter, obteve com este novo trabalho a consolidação de um sonho e que vai trazer ainda muitos frutos, pois o que temos aqui é puro talento e desde um primeiro momento, seu debut já tornou-se indispensável na coleção de um verdadeiro amante de Metal Extremo.

Faixas:

1. Bloodshed 01:22 
2. Slaughtered 03:09 
3. Hungry Hunter 03:43 
4. I Sacrifice 03:23 
5. Total Slaughter 03:03 
6. Hunters Curse 03:26 
7. Seven Razors 01:27 
8. Abhor Is Earth 05:34 
9. Opening Grave 03:35 
10. Killing Is My Destiny 05:23 
11. Void in Hell 05:07 
12. In Curse

Membros: 
Mauro Medeiros (Vocals,Guitar,Bass, Keyboards) 
Petrus Carvalho (guitar) 
Jonathan Andrade (drum)

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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Resenha: "Sertão Saga" - Hate Embrace


Logo após 2 anos desde o lançamento do debut "Domination . Occult . Art", o Hate Embrace retorna com um trabalho fabuloso denominado "Sertão Saga", com direito à todas as músicas em português. Diretamente de Pernambuco, essa grande banda brasileira lançou um incrível trabalho conceitual voltado para o contexto histórico-cultural do cangaço, relatando a vida do herói-bandido Lampião bob o ponto de vista dos próprios cangaceiros e das pessoas que conviveram com ele. 

Diante disso, a banda sempre teve seu foco direcionado às lendas do folclore nacional e mundial, em tentativa de resgatar esses valores que não deveriam ser perdidos ou desvalorizados. 

Nessa perspectiva, a capa do novo álbum é auto-explicativa e foi produzida pelo próprio baterista Ricardo Necrogod que conseguiu representar todo o "sentimento regional" de outrora na arte, em forma de seca, fome e morte. Vale ressaltar que o Hate Embrace é detentora de uma sonoridade singular e marcante, fazendo uso de teclados para a criação de uma atmosfera mística e apresenta letras bem conceituadas.

É muito difícil escolhermos as melhores faixas, mas podemos citar como as principais: Vidas Passadas, Utopia e Imponência, para que possamas falar sobre elas.

A escolha de "Vidas Passadas", para a faixa de abertura foi excelente, pois conseguiu transpassar toda uma idéia/sentimento de dor e angustia que só quem viveu naquele meio consegue explicar e embora toda essa problematização ocorra, ainda há a experança de melhora de vida que todos os sertanejos tinham para conseguir seguir em frente em meio a tantas dificuldades. Tal idéia pode ser extraida do trecho:

"Sinta... Observe... Tenha força
Tenha coragem, siga em frente... Sempre em frente
Escutem! É o vento que anuncia. Em meio a campos devastados...
Ainda pode haver vida... Saga no sertão
Escutem! É o vento que anuncia!
"

Já em  "Utopia", há uma exaltação do Lampião em primeira pessoa, relatando "um homem que segue suas leis é aquele que está em batalha", comparando-o com um rei, e que para sabermos se no final das contas ele era um herói ou bandido, devemos apenas abrir nossos olhos.

Por fim, em "Imponência", é feita a mescla das duas ideologias, fazendo de lampião um herói-bandido impiedoso e forte, um guerreiro de verdade que semeia sua terra com o sangue que faz jorrar no chão.

Portanto, em "Sertão Saga" existe todo um enrredo calcado no cangaço, com letras bem elaborada e expressivas, sendo bem acompanhadas de um instrumental pesado e bem elaborado. Estando assim, entre as melhores bandas que exaltam a cultura nacional.

Faixas:
1. Vidas Passadas

2. Intolerância

3. Revolta

4. Guerranunciada

5. Utopia

6. Lampião Rei

7. Imponência

8. No Rastro

9. O Começo do Fim   

Membros: - 
George Queiroz (Vocal)
João Paulo (Guitarra)
Alexandre Cunha (Baixo/Vocal)
Ricardo Necrogod (Bateria/Vocal)
Vinícius Campos (Teclado)
 
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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Resenha: "Memories of Inexistence" - Piah Mater


Novas bandas têm surgido diariamente, mas poucas conseguem lançar um material que realmente se destaca dos demais. O Piar Mater é uma delas, com seu debut "Memories of Inexistence" lançado no final de 2014, foi evidenciado todo seu talento e genialidade. Produzem um fantástico Progressive Death Metal que bebe e cheio numa fonte chamada "Opeth", mesclando as influências de seus únicos dois membros de forma eficaz e precisa. Possui momentos de violência originados do Death Metal, mas com um instrumental bem elaborado pela influência do Metal Progressivo, além de momentos de puro "Carpe Diem" oriundos de um belíssimo vocal limpo que remete-nos ao Mikael Åkerfeldt.  

A produção do álbum é perfeita. Foi inteiramente gravado e mixado no estúdio pessoal do seu vocalista e masterizado no 'Fascination Street Studios' na Suécia por Tony Lindgren (Enslaved, James LaBrie, entre outros). A banda tem uma proposta um tanto quanto ousada que é a simplicidade. Simplicidade? sim, como podem ver a capa do debut dispensa exageros, nem mesmo um logo eles possuem. Para a nossa atual realidade, o quesito de estética é importantíssimo para atrair atenção do público e assim alcançar um maior reconhecimento. No entanto, do que adianta imagem se a essência do material não for bom? Para o Piah Mater, o que eles não têm em estética, compensam em qualidade!

É possível escutar detalhadamente todos os instrumentos, as alternâncias de vocais guturais e as cristalinas passagens de vocal limpo do "Luiz Felipe", levando às músicas a imprevisíveis e contrastantes mudanças de compasso ao decorrer das faixas, ora soando violentas, ora exalando tranquilidade e paz. Pensar em tantos detalhes para cada delas deve ter sido muito trabalhoso, mas acredito que quando os músicos conseguem realmente fazer aquilo que querem e unir suas idéias, é possível que haja um perfeito entendimento musical, gerando assim, uma obra-prima. 

É muito difícil escolher as melhores músicas desse trabalho, algumas faixas beiram a 10 minutos gerando uma playlist de quase uma hora de duração. Todas possuem suas características próprias e marcantes, então deixo o convite à vocês para virem se maravilhar com essa grande obra do Progressive Death Metal brasileiro. O nosso "Opeth brasileiro" existe sim!.

Tracklist:
01. Cathiard
02. Anticipation
03. Mother Soil
04. Inexistents
05. Young Rust
06. Immaculate
07. A Greater Freedom

Membros:
- Luiz Felipe Netto (Vocals, Guitars, Bass, Programming)
- Igor Meira (Guitars)

Link:
*Facebook
*Bandcamp (Escute & Baixe gratuitamente lá)

sábado, 9 de maio de 2015

Conquerors Of Brazil: Midwest Extreme Metal Legions (2015)


O “Conquerors of Brazil” é um super projeto desenvolvido por Thalles Magno, que consiste em criar uma coletânea virtual de cada uma das regiões do país, selecionando bandas de Death/Thrash Metal e subgêneros dessas vertentes. A primeira foi voltada para o nordeste, tendo como título: ”Northeastern Extreme Metal Legions”.

Agora chegou a vez do Centro-Oeste mostrar um pouco do que tem de melhor. Embora uma região pequena, apresenta um berçário de bandas talentosas e com muitos caminhos a serem percorridos.

A forma de enumeração da coletânea é apenas organizativa, não implica dizer que uma banda é melhor do que a outra. Como cada um tem seu gosto próprio, baixe-a e se gostar de alguma banda adquira o material original dela entrando em contato com ela no facebook ou em algum site de vendas. Se você clicar no nome da banda poderá curtir a página oficial no Facebook.

Todas as bandas participantes possuem devido conhecimento sobre tal e é proibido o uso desse material para fins lucrativos. Dentro da coletânea você encontrará fotos, informações para contato e as músicas.

A arte gráfica foi desenvolvida pelo ilustre Alcides Burn (Inner Demons Rise/Burn In Pain), que gerencia a The Burn Productions e faz trabalhos notáveis para bandas como artes gráficas e logos.

Curta a página Oficial do projeto: Conquerors Of Brazil

Track List:
01. Coral de Espíritos | Techncial/Progressive Death Metal | Brasília
02. Armum | Death Metal | Goiás
03. Dynahead | Technical Thrash Metal | Brasília
04. Primal Wrath | Groove Metal | Brasília
05. Phrenesy | Thrash Metal | Brasília
06. Device | Death/Thrash Metal | Brasília
07. Bruto | Thrash Metal | Brasília
08. Revolted | Thrash/Death Metal | Goiás
09. Ghon | Death Metal | Goiás
10. Zilla | Melodic Death Metal | Brasília
11. Death Soldier | Thrash Metal | Mato Grosso do Sul
12. Deadly Curse | Thrash/Melodic Death Metal | Goiás 
13. Ressonância Mórfica | Death Metal/Grindcore | Goiás
14. Spiritual Carnage | Death Metal | Goiás
15. Red Old Snake | Power Groove/Southern Metal | Brasília

Download: 4Shared
Escute: Youtube

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Resenha: "EZ Life DV8" - Tellus Terror

As vezes nos deparamos com obras que são um tanto quanto inovadoras e brilhantes, isso ocorre pela grande qualidade de músicos que o Brasil possui. Vindo diretamente do Rio de Janeiro e tendo sido formada em 2012, o Tellus Terror presenteou-nos com um debut maravilhoso e conceitual, que mistura eficientemente diversas vertentes do metal, como Death/Black/Thrash/Doom Metal e outros subgêneros. O resultado foi tão bom, tão digno de se orgulhar que criaram uma forma de tentar nomear seu estilo, o MMS "Mixed Metal Styles". O 'EZ Life DV8' é , sem dúvidas, um marco na história do metal brasileiro, algo que não se encontra facilmente por qualquer lugar e chegou como um furacão, destruindo todas as barreiras e ao mesmo tempo chamando atenção pela sua majestosidade.

O CD foi lançamento em setembro de 2014 em 5 países: Brasil, Argentina, México, Canadá e Rússia, só em abril de 2015 na Bélgica. A banda continua em disparada realizando shows pelo Brasil e analisando propostas de eventos no exterior, além de ser um grande alvo da mídia especializada. Para tal, ele foi lançado de forma independente e sendo distribuído por: Thrash S/A e HMR (Brasil), Shinigami Records (América Latina), PHD Records (Europa, EUA e Japão) e a Metalzone Records (Bélgica). Com isso, já chegaram até a dividir o palco com o Behemoth, Belphegor e irão e abrir pro Vader em junho deste ano.

A produção do álbum contou com grandes nomes como: Seth Siro Anton (Septic Flesh, Nile, Kamelot, Moonspell, etc), que foi responsável por toda a arte, criação do brasão e do logo da banda e que por sinal ficou fabulosa, algo que não esperaríamos menos vindo dele; Fredrik Norstrom (Studio Fredman – Suécia) que foi responsável pela mixagem e masterização; Pat Power (Baterista do Dream Evil – Suécia) que foi responsável pelas correções “finas” dos clicks das músicas.

O 'EZ Life DV8', que significa ''Desvio Fácil da Vida'', conta a história de formação do universo e do nosso planeta, além de abordar as guerras que causamos, vendo de forma ampla, o panorama dos fim dos tempos e que se tentássemos até mesmo fugir para outro planeta, seria um erro.

É muito difícil escolher as melhores faixas dele, olhando se forma microscópica, todas são bem individuais e apresentam características próprias, como "Stardust" que é a primeira. Ela inicia com uma intro tranquila e depois torna-se pesada e com uma melodia exuberante soando de fundo. Deve-se também dar destaque às diversas mudanças de vocais, hora soando limpo e outras como um gutural poderoso intercalado de forma rasgada como por exemplo "Terraformer" e "3rd Rock From The Sun", respectivamente .

A música "Bloody Vision" destaca-se por ter uma instrumental instigante, créditos para seu ex baterista Rafael Lobato que veia a ser substituído pelo Ali Ghazzaoni, e uma letra que cativa o ouvinte a tentar cantar e bater muita cabeça, além da bela variação de técnica vocal do Felipe Borges que chega  até a fazer pig squeals. "Equinox" também é uma excelente pedida.

Em "Civil Carnage" há uma veia de Crossover Thrash Metal que com o peso do Death Metal torna-a uma super escolha para os 'moshers' em um show não pararem em momento algum, além do notável acompanhamento do seu tecladista Ramon Montenegro.

Em seguida surge as faixas "I.C.U. In Hell" e "Brain Technology" mostrando mais um pouco do talento criativo da banda, sendo essa última seguindo mais influências do Doom/Death Metal com uma pegada de Gothic Metal realizada pela participação da vocalista Larissa Frade da banda Venin Noir de Doom Metal.

Adiante, "Endtime Panorama" possui uma ótima sincronia entre os instrumentos de corda e o teclado, além de um baixo muito bem marcado a todo momento, assumido pelo  Arthur Chebec . Quem gravou as guitarras foi Álvaro Faria (que veio a ser substituído pelo Nelson Magalhães) com o Wederson Felix. Para finalizar esse fantástico debut vem a música "Error", sendo ela a mais extensa do álbum com 8 minutos de duração, fato que mal é percebido pois a mesma tem um tom épico e envolve o ouvinte de forma a viajar na sua sonoridade, ressalvando que há uma certa influência da banda de metal progressivo Cynic, no seu final.

Track List:
01. Stardust
02. Terraformer
03. 3rd Rock from the Sun
04. Bloody Vision
05. Equinox
06. Civil Carnage
07. I.C.U. In Hell (International Chaos United in Hell)
08. Brain Technology (Part 1, This Is Where It Starts...)
09. Endtime Panorama
10. Error

Membros:
Felipe Borges - Todos os Vocais
Wederson Felix - Guitarra
Nelson Magalhães - Guitarra
Arthur Chebec - Baixo
Ramon Montenegro - Teclado
Ali Ghazzaoni - Bateria

Links:
*Site Oficial
*Facebook

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Resenha: ''The Loneliest Loneliness'' - Sodamned


Lá pelos anos de 1999 e 2000, na virada do milênio, essa excelente banda catarinense (Atualmente situada em Joinville), foi fundada pelos músicos Juliano Regis (guitarras e vocais), Gilson Lande (bateria) e Gerson Lande (baixo e vocal). A proposta do grupo sempre foi mixar velocidade, peso e melodia sem se apegar a nenhum gênero ou subgênero do metal, mas de cara já podemos dizer que se trata de um Metal Extremo, com muitas influências de Death e Black Metal, ainda que passagens de Thrash e Doom Metal também são facilmente notadas.
Bem, desde sua formação, o grupo passou por algumas mudanças de integrantes, inclusive um dos fundadores, Gerson Lande, acabou saindo logo depois do lançamento do primeiro EP ,em 2006. Levando o grupo com apenas um guitarrista até 2009 quando Edilson Lucio juntou-se à banda como guitarrista, o grupo preparou-se pra lançar seu primeiro álbum de estúdio, The Loneliest Loneliness.

Sodamned é mais uma banda que comprova que não se precisa ter pressa pra lançar um álbum logo no inicio da carreira, pois antes de tudo, é perceptível a atenção que os caras deram à qualidade de som que eles gostariam de apresentar. Abrindo com “Fear”, porrada empolgante e veloz, sem deixar técnica de lado. Seguida por “Graveyard of Secrets” que possui uma cadencia mais melódica e envolvente, com trechos de Black e Doom Metal, música cativante e possui um belo solo.

“Sky & Earth”, possui um jeitão Thrash Metal em seus primeiros segundos, só pra deslanchar em uma avalanche de Death veloz, com belo trecho narrado no meio da música, bastante autêntico. A melhor faixa do cd fica por conta de, “The Mountain”, uma mescla de Thrash, Death, Doom e Black Metal, baita de uma composição.

Importante ressaltar que todos os instrumentos estão perfeitamente bem encaixados, principalmente o baixo, que é muitas vezes esquecido e aqui ele castiga o ouvido com verdadeiros estalos hah! Sensacional! A produção foi feita por Roger Fingle (Seduced by Suicide) e a capa por, Gustavo Sazes (Krisiun e Arch Enemy), pra completar a obra.

Sodamned está realmente muito bem servida se tratando de Metal, e esperamos muitos trabalhos ainda  para renovação e crescimento da cena em sua cidade e no país.

Por: Guilherme Rocha

Track List:
1. Fear
2. Graveyard of Secrets
3. Tortures and Nightmares
4. Sky & Earth
5. Hope
6. Um Enigma Envolto em Mistério
7. The Mountain
8. Painted in Blue
9. Hanged
10. Ewige Wiederkunft

Membros:
Juliano Regis da Silva - Guitarra e Vocal
Gilson Lange -Bateria
Felipe Gonçalves - Baixo and Vocal
Eduardo Blumer - Guitarra
Links:

domingo, 19 de abril de 2015

Resenha: ''Esquadrão de Tortura'' - Torture Squad


Esquadrão de Tortura é uma viagem no tempo ao período do Regime Militar brasileiro, constituído de forma conceitual, primeiro trabalho desta categoria do Torture Squad. No decorrer das 12 faixas, a banda mostra de ordem cronológica um dos períodos mais obscuros da história do Brasil. O álbum passeia pelo primeiro golpe de estado indo até as revoluções, sem deixar de lado estrelas e as lembranças mais marcantes deste período.

A banda abre seus trabalhos sem rodeios ou entoações. “No Escape from Hell” é rápida e mostra bem a pegada thrash que a banda quer contar ao seu ouvinte sobre a história do Brasil. Ótima canção e o instrumental já acena ao ouvinte o que ele poderá esperar pelo resto do álbum. Impossível não lembrar os trabalhos recentes do Sodom. Desde 2012 a banda conta com os vocais de André Evaristo (guitarra) e Castor (baixo), já que o posto antes ocupado por Vitor Rodrigues fora deixado de lado. Uma boa estratégia da banda dividir os vocais entre seus membros, sem a necessidade de contratar um novo vocalista. Temos aqui um “thrash trio” de competência (mais lembranças ao Sodom) e os vocais de André em boa parte do álbum assemelham-se aos de Mille Petrozza, do Kreator. Uma ótima constituição vocal!

O passeio ao passado brasileiro continua com a puxada do gatilho do exército e a tomada do poder com “Pull the trigger” e as primeiras resistências com “Pátria Livre”, esta a única canção do álbum cantada inteiramente em português. Haveria espaço para mais faixas em nossa língua nacional. A sequencia do álbum é pedrada após pedrada, lembranças claras ao thrash metal alemão e ao chamado “war metal”, popular nos inícios dos anos 80 por aqui. “Wardance” é o ponto técnico do álbum, onde a banda mostra sua evolução elevada. E que composição linda! “Architecture of Pain” e sua introdução levam o ouvinte de volta à década de sessenta, ouvindo as notícias do rádio sobre a criação do primeiro Ato Institucional. Ouvidos desatentos – ou em desacordo com o estilo – poderiam dizer que a banda soa repetida da quinta faixa adiante, mas as letras carregadas da história do Brasil valem o registro do álbum. “Never Surrender”, sexta faixa do álbum, tem momentos maravilhosos de interlúdios em que André grita o nome (ou as siglas) das primeiras agremiações partidárias opostas à Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Vejam quantos dos partidos políticos que conhecemos hoje eram chamados no passado! Pedradas e a progressão da ditadura militar seguem por “In the Slaughterhouse” (técnica tremenda da velha cozinha da banda, presença forte do baterista Amilcar Christófaro), “Conspiracy of Silence” e “Nothing to Declare”.

Mas um álbum conceitual cravado sobre um fato histórico tem um final que é previsto por todos. Um final onde já sabemos o que acontece em seu desfecho. Com Esquadrão de Tortura não é diferente. “Fear to the World” e a faixa bônus “A Soul in Hell” terminam, ainda que de forma morna, a história já conhecida do ouvinte. Não há floreios ou uma enorme mensagem filosófica sobre o passado brasileiro ao término do álbum, mas mesmo assim, a banda mostra que, após este período conturbado do Brasil, o que levantou-se foi uma Democracia um tanto quanto falha. Há uma curiosa ligação, evidenciando isso, com a última faixa e a primeira canção. Como se o álbum pedisse para você ouvi-lo de novo ao término de “A Soul in Hell” e repetindo seu ciclo com “No Escape from Hell”. Um círculo vicioso que tenta dizer o que se passou antes, também acontece agora.

De menções aos Atos Institucionais, passando por exclamações de liberdade até culminar no fechamento do livro negro da História do Brasil, Esquadrão de Tortura não irá te ajudar a passar de ano na escola. Entretanto, é impossível negar a boa carga histórica presente neste primeiro registro conceitual do agora “Power trio” paulistano. A banda fez uma excelente pesquisa sobre a época, um trabalho que poucos teriam tanto esmero. Obviamente o álbum é recomendado a você também que não dá a mínima para o passado de seu país. O que você ouvirá aqui é um competente trabalho produzido inteiramente no Brasil e que não nega fogo aos grandes da Europa ou América do Norte. Mas se você acha válida a ação da banda em recontar o Regime Militar Brasileiro, adquira o álbum original. O encarte já vale por metade do preço imposto. Afinal de contas, quem não sabe seu passado não pode reclamar de seu presente.

Por: André Trevisol

Track List:
1. No Escape from Hell
2. Pull the Trigger
3. Pátria Livre
4. Wardance
5. Architecture of Pain
6. Never Surrender
7. In the Slaughterhouse
8. Conspiracy of Silence
9. Nothing to Declare
10. For the Countless Dead (Dirge)
11. Fear to the World
12. A Soul in Hell

Membros:
AMILCAR CHRISTÓFARO: Bateria
CASTOR: Baixo + Vocal
ANDRÉ EVARISTO: Vocal + Guitarra



quinta-feira, 16 de abril de 2015

Resenha: ''From Dust'' - Kataphero


Logo após seu bem sucedido álbum de estreia "Life", em 2012, o Kataphero volta com tudo, criando uma obra conceitual via gravadora Dosol, em 2015. Nomeado de "From Dust", baseia-se um mito originado há milhares de anos atrás que nos leva a uma viagem visceral ao cenário desolado, onde o corpo e a mente de uma criança primitiva se desenvolve completamente sozinha. Este novo debut está marcado por uma sonoridade obscura, densa e criativa, mostrando mais um vez que a banda tem sua identidade própria e o talento os move acima de qualquer coisa. Levando-os até a dividir palco com bandas de alta importância mundial como SODOM, KRISIUN, SEPULTURA e ROTTING CHRIST.

Em "From Dust", que significa "Do Pó" , eles retrataram o mito da origem humana em formato de tragédia, com o enredo calcado na saga do único remanescente de uma tribo nômade extinta a 13 mil anos atrás. Fato que está significativamente representado em sua capa, que é uma pintura rupestre criada por Genival Jr e Leonardo Matos

No entanto, como eles não se prendem a rótulos e gostam de serem livres para expressar o que sentem pela música, esse novo trabalho está notavelmente diferente de seu antecessor que possuía uma sonoridade mais melódica, por exemplo, além de ter sido melhor produzido. Estando essa responsabilidade a cargo do seu vocalista Paulo Henrique, que o fez de forma maravilhosa.

Em 'From Dust', a sonoridade está mais envolvente do que nunca. É impossível escutar e não relacionar aos veteranos do SEPTIC FLESH e do ROTTING CHRIST. Há também um clima soturno e ao mesmo tempo cheio de elementos orquestrais, atmosféricos e melancólicos, possuindo até mesmo algumas passagens lentas e progressivas.

O debut inicia-se com a faixa ''Nomad'', que apresenta uma afiadíssima voz feminina, ficando a cargo de Jaque Moraes, companheira do vocalista Paulo que a torna mais mística e envolvente. Nessa faixa, há um clima bem cadenciado a todo momento e um baixo muito bem marcado. Contribuindo assim, para uma maior efeito qualitativo na canção, vale ressaltar que a banda faz uso de instrumentos de percussão africanos e orientais como Daf e Darbuka. Em seguida surge ''Vanisher'', que é uma das melhores no álbum, ela começa de forma ritmada e vai progressivamente aumentando a expectativa do ouvinte até chegar no clímax da canção quando o vocal do Paulo Henrique beira a nostalgia e até chega a lembra o vocal do Nergal do BEHEMOTH.

Prosseguindo com o CD, é a vez da música ''Trauma'' que foi uma das faixas já divulgadas antes do lançamento do álbum. Engrandecida pelo uso de instrumentos não convencionais como o Kalimba e Teremim, ela consegue eficientemente mostrar a nova proposta da banda e também fazer o ouvinte viajar em seu som atmosférico, representando a consciência do personagem conceitual do álbum em questão se desenvolvendo.

Em ''Bleak & Seed'' é apresentada uma excelente letra que faz com com quem escute até tente cantar, também há uma perfeita execução de riffs. Já em ''Ekstasis'' há um clima mais frenético e um instrumental muito bem feito, dando destaque para seu baterista.

Em seguida, ''Rise'' e ''Bound'' não deixam a desejar, mostram todo o 'feeling' que esse novo trabalho conceitual evidencia, principalmente esse ultima que é semelhante ao que o Septic Flesh vinha fazendo com os seus álbuns, principalmente no timbre! Acertaram e cheio. Por fim, o debut finaliza com a música ''Fall'' sendo uma ótima escolha para isso, com um instrumental poderoso e um vocal fascinante.

Portanto, o Kataphero quebrou todas as expectativas que haviam a cerca de seu novo trabalho, fazendo uso de um som mais técnico, inovador e corajoso para com os fãs de seu trabalho anterior ''Life''. Quando se fala em talento e criatividade, uma palavra surge na ponta da língua ... 'KATAPHERO'.

Track List:
1. Nomad
2. Vanisher
3. Trauma
4. Bleak & Seed (5)
6. Ekstasis
7. Rise
8. Bound
9. Fall

Membros:
Paulo Henrique Santiago - (Vocal / Guitarra)
David Cantídio - (Guitarra)
Phelippe Melo - (Baixo)
Lucas Somenzari - (Bateria)

Links:
*Página Oficial
*Dosol