Heavy Metal Online #60

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Resenha: ''The Loneliest Loneliness'' - Sodamned


Lá pelos anos de 1999 e 2000, na virada do milênio, essa excelente banda catarinense (Atualmente situada em Joinville), foi fundada pelos músicos Juliano Regis (guitarras e vocais), Gilson Lande (bateria) e Gerson Lande (baixo e vocal). A proposta do grupo sempre foi mixar velocidade, peso e melodia sem se apegar a nenhum gênero ou subgênero do metal, mas de cara já podemos dizer que se trata de um Metal Extremo, com muitas influências de Death e Black Metal, ainda que passagens de Thrash e Doom Metal também são facilmente notadas.
Bem, desde sua formação, o grupo passou por algumas mudanças de integrantes, inclusive um dos fundadores, Gerson Lande, acabou saindo logo depois do lançamento do primeiro EP ,em 2006. Levando o grupo com apenas um guitarrista até 2009 quando Edilson Lucio juntou-se à banda como guitarrista, o grupo preparou-se pra lançar seu primeiro álbum de estúdio, The Loneliest Loneliness.

Sodamned é mais uma banda que comprova que não se precisa ter pressa pra lançar um álbum logo no inicio da carreira, pois antes de tudo, é perceptível a atenção que os caras deram à qualidade de som que eles gostariam de apresentar. Abrindo com “Fear”, porrada empolgante e veloz, sem deixar técnica de lado. Seguida por “Graveyard of Secrets” que possui uma cadencia mais melódica e envolvente, com trechos de Black e Doom Metal, música cativante e possui um belo solo.

“Sky & Earth”, possui um jeitão Thrash Metal em seus primeiros segundos, só pra deslanchar em uma avalanche de Death veloz, com belo trecho narrado no meio da música, bastante autêntico. A melhor faixa do cd fica por conta de, “The Mountain”, uma mescla de Thrash, Death, Doom e Black Metal, baita de uma composição.

Importante ressaltar que todos os instrumentos estão perfeitamente bem encaixados, principalmente o baixo, que é muitas vezes esquecido e aqui ele castiga o ouvido com verdadeiros estalos hah! Sensacional! A produção foi feita por Roger Fingle (Seduced by Suicide) e a capa por, Gustavo Sazes (Krisiun e Arch Enemy), pra completar a obra.

Sodamned está realmente muito bem servida se tratando de Metal, e esperamos muitos trabalhos ainda  para renovação e crescimento da cena em sua cidade e no país.

Por: Guilherme Rocha

Track List:
1. Fear
2. Graveyard of Secrets
3. Tortures and Nightmares
4. Sky & Earth
5. Hope
6. Um Enigma Envolto em Mistério
7. The Mountain
8. Painted in Blue
9. Hanged
10. Ewige Wiederkunft

Membros:
Juliano Regis da Silva - Guitarra e Vocal
Gilson Lange -Bateria
Felipe Gonçalves - Baixo and Vocal
Eduardo Blumer - Guitarra
Links:

domingo, 19 de abril de 2015

Resenha: ''Esquadrão de Tortura'' - Torture Squad


Esquadrão de Tortura é uma viagem no tempo ao período do Regime Militar brasileiro, constituído de forma conceitual, primeiro trabalho desta categoria do Torture Squad. No decorrer das 12 faixas, a banda mostra de ordem cronológica um dos períodos mais obscuros da história do Brasil. O álbum passeia pelo primeiro golpe de estado indo até as revoluções, sem deixar de lado estrelas e as lembranças mais marcantes deste período.

A banda abre seus trabalhos sem rodeios ou entoações. “No Escape from Hell” é rápida e mostra bem a pegada thrash que a banda quer contar ao seu ouvinte sobre a história do Brasil. Ótima canção e o instrumental já acena ao ouvinte o que ele poderá esperar pelo resto do álbum. Impossível não lembrar os trabalhos recentes do Sodom. Desde 2012 a banda conta com os vocais de André Evaristo (guitarra) e Castor (baixo), já que o posto antes ocupado por Vitor Rodrigues fora deixado de lado. Uma boa estratégia da banda dividir os vocais entre seus membros, sem a necessidade de contratar um novo vocalista. Temos aqui um “thrash trio” de competência (mais lembranças ao Sodom) e os vocais de André em boa parte do álbum assemelham-se aos de Mille Petrozza, do Kreator. Uma ótima constituição vocal!

O passeio ao passado brasileiro continua com a puxada do gatilho do exército e a tomada do poder com “Pull the trigger” e as primeiras resistências com “Pátria Livre”, esta a única canção do álbum cantada inteiramente em português. Haveria espaço para mais faixas em nossa língua nacional. A sequencia do álbum é pedrada após pedrada, lembranças claras ao thrash metal alemão e ao chamado “war metal”, popular nos inícios dos anos 80 por aqui. “Wardance” é o ponto técnico do álbum, onde a banda mostra sua evolução elevada. E que composição linda! “Architecture of Pain” e sua introdução levam o ouvinte de volta à década de sessenta, ouvindo as notícias do rádio sobre a criação do primeiro Ato Institucional. Ouvidos desatentos – ou em desacordo com o estilo – poderiam dizer que a banda soa repetida da quinta faixa adiante, mas as letras carregadas da história do Brasil valem o registro do álbum. “Never Surrender”, sexta faixa do álbum, tem momentos maravilhosos de interlúdios em que André grita o nome (ou as siglas) das primeiras agremiações partidárias opostas à Aliança Renovadora Nacional (ARENA). Vejam quantos dos partidos políticos que conhecemos hoje eram chamados no passado! Pedradas e a progressão da ditadura militar seguem por “In the Slaughterhouse” (técnica tremenda da velha cozinha da banda, presença forte do baterista Amilcar Christófaro), “Conspiracy of Silence” e “Nothing to Declare”.

Mas um álbum conceitual cravado sobre um fato histórico tem um final que é previsto por todos. Um final onde já sabemos o que acontece em seu desfecho. Com Esquadrão de Tortura não é diferente. “Fear to the World” e a faixa bônus “A Soul in Hell” terminam, ainda que de forma morna, a história já conhecida do ouvinte. Não há floreios ou uma enorme mensagem filosófica sobre o passado brasileiro ao término do álbum, mas mesmo assim, a banda mostra que, após este período conturbado do Brasil, o que levantou-se foi uma Democracia um tanto quanto falha. Há uma curiosa ligação, evidenciando isso, com a última faixa e a primeira canção. Como se o álbum pedisse para você ouvi-lo de novo ao término de “A Soul in Hell” e repetindo seu ciclo com “No Escape from Hell”. Um círculo vicioso que tenta dizer o que se passou antes, também acontece agora.

De menções aos Atos Institucionais, passando por exclamações de liberdade até culminar no fechamento do livro negro da História do Brasil, Esquadrão de Tortura não irá te ajudar a passar de ano na escola. Entretanto, é impossível negar a boa carga histórica presente neste primeiro registro conceitual do agora “Power trio” paulistano. A banda fez uma excelente pesquisa sobre a época, um trabalho que poucos teriam tanto esmero. Obviamente o álbum é recomendado a você também que não dá a mínima para o passado de seu país. O que você ouvirá aqui é um competente trabalho produzido inteiramente no Brasil e que não nega fogo aos grandes da Europa ou América do Norte. Mas se você acha válida a ação da banda em recontar o Regime Militar Brasileiro, adquira o álbum original. O encarte já vale por metade do preço imposto. Afinal de contas, quem não sabe seu passado não pode reclamar de seu presente.

Por: André Trevisol

Track List:
1. No Escape from Hell
2. Pull the Trigger
3. Pátria Livre
4. Wardance
5. Architecture of Pain
6. Never Surrender
7. In the Slaughterhouse
8. Conspiracy of Silence
9. Nothing to Declare
10. For the Countless Dead (Dirge)
11. Fear to the World
12. A Soul in Hell

Membros:
AMILCAR CHRISTÓFARO: Bateria
CASTOR: Baixo + Vocal
ANDRÉ EVARISTO: Vocal + Guitarra



quinta-feira, 16 de abril de 2015

Resenha: ''From Dust'' - Kataphero


Logo após seu bem sucedido álbum de estreia "Life", em 2012, o Kataphero volta com tudo, criando uma obra conceitual via gravadora Dosol, em 2015. Nomeado de "From Dust", baseia-se um mito originado há milhares de anos atrás que nos leva a uma viagem visceral ao cenário desolado, onde o corpo e a mente de uma criança primitiva se desenvolve completamente sozinha. Este novo debut está marcado por uma sonoridade obscura, densa e criativa, mostrando mais um vez que a banda tem sua identidade própria e o talento os move acima de qualquer coisa. Levando-os até a dividir palco com bandas de alta importância mundial como SODOM, KRISIUN, SEPULTURA e ROTTING CHRIST.

Em "From Dust", que significa "Do Pó" , eles retrataram o mito da origem humana em formato de tragédia, com o enredo calcado na saga do único remanescente de uma tribo nômade extinta a 13 mil anos atrás. Fato que está significativamente representado em sua capa, que é uma pintura rupestre criada por Genival Jr e Leonardo Matos

No entanto, como eles não se prendem a rótulos e gostam de serem livres para expressar o que sentem pela música, esse novo trabalho está notavelmente diferente de seu antecessor que possuía uma sonoridade mais melódica, por exemplo, além de ter sido melhor produzido. Estando essa responsabilidade a cargo do seu vocalista Paulo Henrique, que o fez de forma maravilhosa.

Em 'From Dust', a sonoridade está mais envolvente do que nunca. É impossível escutar e não relacionar aos veteranos do SEPTIC FLESH e do ROTTING CHRIST. Há também um clima soturno e ao mesmo tempo cheio de elementos orquestrais, atmosféricos e melancólicos, possuindo até mesmo algumas passagens lentas e progressivas.

O debut inicia-se com a faixa ''Nomad'', que apresenta uma afiadíssima voz feminina, ficando a cargo de Jaque Moraes, companheira do vocalista Paulo que a torna mais mística e envolvente. Nessa faixa, há um clima bem cadenciado a todo momento e um baixo muito bem marcado. Contribuindo assim, para uma maior efeito qualitativo na canção, vale ressaltar que a banda faz uso de instrumentos de percussão africanos e orientais como Daf e Darbuka. Em seguida surge ''Vanisher'', que é uma das melhores no álbum, ela começa de forma ritmada e vai progressivamente aumentando a expectativa do ouvinte até chegar no clímax da canção quando o vocal do Paulo Henrique beira a nostalgia e até chega a lembra o vocal do Nergal do BEHEMOTH.

Prosseguindo com o CD, é a vez da música ''Trauma'' que foi uma das faixas já divulgadas antes do lançamento do álbum. Engrandecida pelo uso de instrumentos não convencionais como o Kalimba e Teremim, ela consegue eficientemente mostrar a nova proposta da banda e também fazer o ouvinte viajar em seu som atmosférico, representando a consciência do personagem conceitual do álbum em questão se desenvolvendo.

Em ''Bleak & Seed'' é apresentada uma excelente letra que faz com com quem escute até tente cantar, também há uma perfeita execução de riffs. Já em ''Ekstasis'' há um clima mais frenético e um instrumental muito bem feito, dando destaque para seu baterista.

Em seguida, ''Rise'' e ''Bound'' não deixam a desejar, mostram todo o 'feeling' que esse novo trabalho conceitual evidencia, principalmente esse ultima que é semelhante ao que o Septic Flesh vinha fazendo com os seus álbuns, principalmente no timbre! Acertaram e cheio. Por fim, o debut finaliza com a música ''Fall'' sendo uma ótima escolha para isso, com um instrumental poderoso e um vocal fascinante.

Portanto, o Kataphero quebrou todas as expectativas que haviam a cerca de seu novo trabalho, fazendo uso de um som mais técnico, inovador e corajoso para com os fãs de seu trabalho anterior ''Life''. Quando se fala em talento e criatividade, uma palavra surge na ponta da língua ... 'KATAPHERO'.

Track List:
1. Nomad
2. Vanisher
3. Trauma
4. Bleak & Seed (5)
6. Ekstasis
7. Rise
8. Bound
9. Fall

Membros:
Paulo Henrique Santiago - (Vocal / Guitarra)
David Cantídio - (Guitarra)
Phelippe Melo - (Baixo)
Lucas Somenzari - (Bateria)

Links:
*Página Oficial
*Dosol

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Resenha: ''Relentless Disease'' - Krow


Se há um estado brasileiro que deveria se orgulhar de sua capacidade natural de encubar novas bandas de metal, especialmente no âmbito dos sons extremos e brutais, esse estado é com certeza Minas Gerais. É de se admirar como mesmo há mais de vinte anos atrás a preferência dos mineiros pelo brutal death, e suas vertentes extremas, faz destes gêneros sons ativos até os dias de hoje.

Mais um dos “nascidos em berço esplêndido”, os mineiros do Krow (Uberlândia) estão na ativa desde 2007. E podem ser facilmente vistos como uma das novas lideranças do Death/Thrash Metal brasileiro, com passagens importantes para a história da banda no exterior. Com o grande reconhecimento que lhes fora dado ao full-length “Traces of the Trade”, a banda decolou sem saber quando voltaria ao Brasil novamente. Ganharam o mundo, sem antes deixar uma base sólida de fãs por aqui.

Conheci o Krow graças a este álbum, que por si só já é uma evolução estupenda de seu anterior “Before the Ashes”, além de contar com novos integrantes na formação. “Traces of the Trade” era ótimo, um ponto muito alto para a banda, mesmo com seu considerado pouco tempo de existência. Mesmo assim, eu me perguntava quando estes mineiros lançariam algo novo. Minha surpresa veio com o anuncio de um novo EP, “Relentless Disease”.

E que surpresa boa é este EP! Já agrada por sua arte da capa, produzida pelo artista Costin Chioreanu (Arch Enemy, Mayhem, Pátria). Uma ótima ilustração que não foge às ideias da banda, além de chamar a atenção por seu incrível nível técnico. No play, temos (infelizmente!) somente duas canções, mas que valem muito. “Relentless Disease”, faixa homônima ao EP é peso puro e Whoreborn há a agressividade em que a banda já ficou conhecida, mesclando o thrash e o death metal de forma correta. Velocidade é importante, e em “Relentless Disease” isso fica claro. Felizmente a boa produção estrangeira do EP não faz seu som digno de uma equipe de Formula1, dando certa cadência ao play.

Produção impecável. Pode parecer estranho (ou fácil) mixar só duas músicas para depois encaminhar à prensagem, mas o produtor Ronnie Bjornström faz um trabalho sem erros aqui. Todos os instrumentos – além das vozes – se fazem presentes. A agressividade transborda no pequeno Extended Play! Para garantir o lançamento físico a sua coleção de EPs.

O Krow já se consagrou no cenário brasileiro do heavy metal (sem precisar fazer shows nas grandes capitais), além de ser figura carimbada nos festivais europeus. A banda tem um grande apreço pelos países do lado leste da Europa, que puderam acompanhar uma sequencia exorbitante de shows destes mineiros num passado próximo. E muito embora agora estejam todos radicados em São Paulo, o Krow não pode negar seus títulos que já vêm do berço: sua formação no “Triângulo Satânico Mineiro” - terra que deveria se orgulhar de suas bandas formadas, iniciadas ou já encerradas. E que merecia fazer-lhes melhor juízo também.

Por: André Trevisol

Track List:
1. Relentless Disease 
2. Whoreborn

Membros:
Guilherme Miranda - Guitarra e Vocal
Jhoka Ribeiro - Bateria
W. Johann - Guitarra
Cauê De Marinis - Baixo

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Resenha: ''Unholy Sacrifice'' - Jackdevil

Os thrashers do Jackdevil estão de volta à cena com seu primeiro full-length “Unholy Sacrifice”. Embora com pouco tempo de banda, formada ainda em 2011, é evidentemente o gritante sucesso que esses maranhenses vêm conseguindo em menos de quatro anos. Desde o lançamento do EP “Faster than Evil”, ainda do ano passado, o grupo vem sendo sucesso de críticas e líder nacional do chamado “Thrash New Wave”.
 
Stephen King é mundialmente conhecido por suas criações no âmbito da literatura fantástica carregada de influências do terror do início do século passado. Livros como “O Iluminado”, “Sob a Redoma”, “Christinie”, “Carrie” além da épica saga da “Torre Negra” são alguns exemplos de seus maiores sucessos. Muito embora Stephen King seja um escritor renomado do horror e primeiro herdeiro do trono imortal pertencente antes a Edgar Allan Poe e H.P. Lovecraft, sua influência também é grande; fazendo o gênero macabro despontar e permanecer ativo no mercado com uma nova onda de escritores que agora seguem os passos do mestre do terror.

King influenciou uma gama de novos autores, expandindo os campos midiáticos de seu trabalho para o cinema, o teatro, pinturas e, não menos importante, a música. Inegável é a importância do autor para a cultura pop em geral, e neste último quesito, uma banda brasileira não faz feio ao trazer as idéias de Stephen King a seu mais novo lançamento.

Seja como for, “Unholy Sacrifice” promete deixar a banda ainda mais tempo sob os holofotes da mídia especializada, e é aí que entra a importância de Stephen King para este álbum. Com nove faixas – além de uma edição bônus – todo o conceito por trás deste trabalho é uma enorme homenagem por parte dos músicos ao mestre do terror moderno. Uma ideia conceitual que foi muito bem elaborada pelo quarteto de São Luis. Todas as faixas são inspiradas em obras marcantes de Stephen King e prometem manter a carreira do Jackdevil no pináculo da agressividade, aliada ao peso e velocidade em que a banda ficou famosa. Títulos marcantes e que remontam aos livros de King ficam evidentes nas faixas “Behind the Walls”, “Age of Antichrist” e a primeira faixa homônima “Unholy Sacrifice”. Mas se você não sabe por onde começar neste play escute o single hit do álbum, liberado ainda no início do ano na internet e que atende pelo nome de “Thrash Demons Attack”. Paulada incessante!

O álbum inteiro foi muito bem produzido e mixado, onde seu resultado final não poderia ser outro senão um nível profissional impecável, mesmo para o estúdio responsável com pouca tradição para o estilo. Destaque para todas as faixas, para estuprar o replay de seu aparelho! Impossível não citar também o finíssimo trabalho de arte da capa produzida e idealizada pelo artista Ronílson Freire, que apresenta um trabalho marcante, captando muito bem a idéia da banda e seu conceito apresentado. O ceifador, ícone do grupe, está lá marcando presença. Felizmente, toda a arte do encarte ficou a cargo de Ronílson que só agrega pontos positivos ao novo trabalho do Jackdevil.

“Unholy Sacrifice” é um ótimo cartão-de-visitas por parte dos maranhenses do Jackdevil. O primeiro full-length da banda que já colhe frutos de um sucesso rápido, mas ainda em ascensão. O mais novo trabalho dos “Thrash Demons” pode ser adquirido virtualmente no site da MetalStore.As características marcantes do som da banda estão de volta, com uma roupagem um tanto quanto “old school”, homenagens aos memoráveis anos 80 onde o Thrash conquistava mais adeptos a sua causa, enquanto os primeiros filmes baseados nas obras de Stephen King estouravam no cinema.

Se Stephen King é hoje o pai da literatura macabra, o Jackdevil aposta em cheio numa fórmula nada nova, mas de incrível capacidade técnica onde a produção – carregada de tanto esmero – vale o destaque em todo o conjunto da obra.

Quantos livros de King você irá (re)ler tentando sacar a qual obra literária pertence cada faixa? Lançamento imperdível!
 
Por: André Trevisol

Track List:
01. Unholy Sacrifice
02. Beastrider
03. Thrash Demons Attack
04. Age of Antichrist
05. The Coven (Bass Solo)
06. Vixen of Satan
07. Killing Razors
08. Behind the Walls
09. Insane Speed Metal
10. Under The Metal Command

Membros:

André Nadler - Vocal e Guitarra
Renato Speedwolf - Baixo
Ric Mukura -  Guitarra Solo
Filipe Stress - Batera 

Link:
*Facebook
*Site Oficial

terça-feira, 7 de abril de 2015

Resenha: ''Born To Kill'' - Torment The Skies


Embora uma banda nova na cena underground (formada em 2012), o Torment The Skies não deixou de ensaiar e compor durante os anos. Buscou influência em bandas como Hate, Behemoth, Job For A Cowboy, Necrophagist e o resultado foi significativo, tanto para sua cidade que é Natal (RN), quanto para outros estados. Seu EP de estreia ''Born To Kill'' presenteou-nos com um Death Metal trabalhado de forma técnica e com uma pegada que nos lembra bandas europeias do gênero. Dessa forma, passaram a engatinhar para um futuro promissor.

Tendo como temática das suas letras assuntos como guerras e pecados, eles conseguiram transformar muito bem o ódio em forma de música. Podemos analisar que sua arte gráfica ficou encantadora, chamando atenção pela criatividade do artista que é nada menos que o próprio guitarrista, Paulo Dias.
 
Após a Intro "Displacement", é a vez de "Carnal", faixa que gera logo no primeiro momento, a percepção que o Torment The Skies está produzindo um Death Metal hostil, mas ao mesmo tempo preocupado em não tornar seu som homogêneo. Outro ponto positivo é o bom desempenho do baterista que não teme ao usar os blast beats e seus pedais com habilidade.
 
Logo em seguida surge ''Walls Of Blood'', apresentando um instrumental denso, dando destaque para o refrão bem elaborado, acompanhado de ótimas composições. Prosseguindo com o EP, é a vez da faixa que deu origem ao nome do mesmo e que por sinal é a melhor, ''Born To Kill''. Esta é uma música completa, apresenta peso, um toque de adrenalina, riffs executados de forma perfeita e uma excelente sonoridade para bater cabeça nos shows. No meio da música o astro da vez é o baixista Leo Paiva, que a divide para entrar no clímax na canção, enquanto o poderoso vocal do Jefson soa de forma destruidora.

O EP finaliza com ''Screams Of Fright'', com uma atmosfera técnica e que apresenta de forma consistente, uma boa atuação de todos os membros da banda que parecem estar em uma ótima sincronia uns com os outros, valendo de destaque os riffs criados pelos guitarristas e mais uma vez o refrão criativo.

Portanto, analisando de forma macroscópica o lançamento, ele evidenciou que o Torment The Skies está tendenciando para o lado certo, sabendo bem como elaborar um instrumental pesado, riffs esmagadores sendo marcados com maestria pelo seu baixista, tudo dialogando bem com o que o vocalista tenta expressar. Dessa forma, esse novo trabalho só veio a enriquecer ainda mais sua cidade, pela qualidade do material produzido, estando assim, prontos para detonar tudo em suas apresentações.

Track List:
01 - Displacement
02 - Carnal
03 - Walls Of Blood
04 - Born To Kill
05 - Screams Of Fright

Membros:
Vocal : Jefson Souza
Guitarra : Paulo Dias
Guitarra 2: Danilo Veloso
Baixo : Leo Paiva
Baterista:

Links:
*Facebook
*Bandcamp


segunda-feira, 6 de abril de 2015

Entrevista: Banda Krow [MG]



Por Guilherme Fernandez
1 - Olá Guilherme Miranda, primeiramente é uma satisfação ter um vocalista de alto calibre como você dando uma entrevista para nosso site. Pode nos falar um pouco como o Krow foi formado, e explicar o porquê desse nome?

Olá , tudo bem !? O prazer é todo meu, obrigado! Eu estava afim de gravar umas músicas que tinha em mente e resolvi fazer nosso primeiro EP/Demo “Contempt for You”. Estava tocando em outras bandas na época, coloquei no myspace e passei pra uma galera umas cópias que eu mesmo fiz e escrevi à mão. Quando adolescente tive uma banda com o Jhoka, e estava afim de usar um nome que tivesse algo a ver com o que eu havia vivido, pois a intenção era somente registrar isso e deixar quieto. Tanto que gravamos no final de 2006, fizemos 3 shows em 2007 e eu só voltei a tocar com o KroW mais de 1 ano e 4 meses depois, já em 2008 ...

2 - É notório que a banda tem ganhado e vem ganhando um grande reconhecimento por parte da mídia e dos fãs, houve algum grande acontecimento que marcou a história da banda e fez com que vocês viessem a ser o que são hoje?

Não, acredito que não. Esses dias conversando com um amigo, eu cheguei à conclusão de que faço a mesma coisa desde que tenho 14 anos. O que mudou é que hoje a gente conhece mais gente, e mais pessoas do meio nos conhecem, mas não teve nenhum evento revolucionário que impulsionou a banda. Estamos construindo tudo passo a passo, cada coisa de uma vez. Eu poderia citar o lançamento do “Before the Ashes” em Uberlândia em setembro de 2009, tudo aquilo foi foda pra caralho, muito especial e não volta mais. A tour desse disco, fez a gente enxergar muita coisa e perceber o que estávamos realmente afim de fazer.

3 - Acho que a próxima pergunta é algo que muitos querem saber, quais são os artistas que mais influenciaram vocês na hora de compor?

Essa é clássica!!! É muita coisa irmão! Eu ouço desde Malmsteen a Grind Core. Complicado pra cacete responder isso! Mas eu diria ae que o novo disco do Arch Goat – The Apocalyptic Triumphator está uma desgraceira total !!! Altamente recomendado.

4 - Vocês recentemente entraram em Turnê com o ENTOMBED AD, o que você tem a falar sobre essa experiência?

Sensacional! A única palavra que descreve o que foi essa tour com o Entombed AD. Há anos que sou fã da banda, assim como quase todo mundo que eu conheço, eles foram uma enorme influência em minha vida musical e fazer uma tour com os caras foi incomparável. Além de tudo, o aprendizado foi enorme, até porque os caras são mega gente fina, pé no chão e sabem curtir uma turnê. Enfim, um dos pontos altos da nossa carreira.

5 - Como uma banda que viajou muito por diversos países, vocês possuem uma vasta experiência na área, pode nos falar se existe uma mudança no padrão de comportamento entre os europeus e os brasileiros? E em quais lugares vocês foram mais bem recebidos?

Sim e não. Claro que existem diferenças culturais entre os vários países que viajamos. Mas quando o público gosta de uma banda, tem sempre a parada de bater cabeça e encher a cara, e isso é meio que universal!

6 - Gostaríamos de saber qual é a postura da banda frente o ''White Metal'', já tiveram algum problema com isso, ou fariam algum show sabendo que alguma banda dessa vertente está participando?

Há anos que eu ouço falar nesse lance de “White Metal”, não faz parte do meu mundo , e dificilmente a gente tocaria com uma banda assim , até porque até hoje não rolou haahahahhaah.

8 - Houve recentemente uma mudança na formação da banda, poderia nos falar porquê isso aconteceu?

Sim, simples. Hahahahahhahahahah A gente não se entendia musicalmente e pessoalmente há um bom tempo, escolhemos caminhos diferentes e foi melhor ele seguir o caminho dele do que ficar enchendo a porra do meu saco!

9 - Tendo dividido o palco com grandes bandas do cenário mundial vocês conheceram muitos músicos pessoalmente, quais você mantêm contato até hoje e se tornou um grande amigo?

Bicho na real com quase todos os músicos. Claro, que é tudo corrido e nunca dá pra conversar com todo mundo e tal. É excelente como temos ficado sempre em contato com músicos, público e produtores. Hoje em dia, muito cara que eu só via em pôster na parede do meu quarto me manda mensagem de feliz aniversário hahahahah. Isso é demais! É um retorno bem massa!

10- Possuem planos de lançar algum novo material? Se sim, será um videoclipe, álbum, EP?

A gente pretende gravar um disco novo ainda esse ano. É o que eu tenho pra adiantar.

Membros:
Guilherme Miranda - (Guitarra e Vocal)
Jhoka Ribeiro - (Bateria)
W. Johann - (Guitarra)
Cauê De Marinis - (Guitarra Base)

Links:
*Facebook


domingo, 5 de abril de 2015

Resenha: ''Demo'' - Aço Negro


Formada em 2012 na Baixada Fluminense (Rio de Janeiro), Aço Negro é uma banda que usa Death Metal Melódico em conjunto com contestação ideológica, social, e existencial. Nos vocais guturais está Lucio França, nas palhetas Alef Deus, no baixo Lário Diniz, e na bateria Romulo Silva. Com essa formação, a banda lança sua Demo auto-intitulada. 

A primeira faixa, “Marcha”, já começa destruindo, com guturais rápidos em conjunto com os outros instrumentos. Devemos dar atenção especial aos andamentos mais lentos da música, que lembram um pouco, mas lembram, o In Flames. Imagine você no show, moshando loucamente e a música saindo do andamento rápido e indo para o andamento lento. Com certeza seria broxante, não? Talvez seja um dos poucos pontos negativos dessa música. No final, temos um breakdown muito bom, mostrando também, as habilidades do baterista com o uso do pedal duplo.

Na segunda faixa, Enclausurados, temos uma introdução lenta, que dá um ar de tristeza, mas logo o andamento já se torna mais rápido, não chegando mais rápido que o andamento de Marcha, mas saciando os headbangers que com certeza gostarão desta Demo. Lúcio novamente nos mostra o talento com seus guturais agudos e graves. O guitarrista também dá uma amostra de sua criatividade, dando um ar mais animado à música, em contraponto ao ar de tristeza da intro. Novamente tenho que dar pontos para o instrumental da banda, que deixa a música mais fabulosa ainda do que já é. Pontos para o baterista, que soube usar, novamente, muito bem, os pedais duplos, dando uma sensação de mais velocidade à música. Com um final rápido, a música volta para sua introdução lenta, mas agora com a adição de guitarras mais agudas, dando um ar mais animado à intro, e terminando a música perfeitamente.

A próxima faixa, “Destrói Nossa Vida”, já começa com um riff marcante das guitarras, e a bateria e o baixo entram com tudo. Mais um tempo, e os guturais de Lúcio deixam a música mais “fodástica” do que já estava. Indo para um ritmo animado e rápido, em conjunto com as linhas da guitarra, a música não deixa a desejar. Abaixando o tom, a música continua muito boa, e não se torna repetitiva, mas como eu já havia falado no começo, marcante. Na próxima parte talvez faltasse uns pedais duplos do baterista, mas nada que comprometesse a beleza que a música já tinha. Apesar dos riffs serem repetitivos, eles não se tornam chatos. Devo dizer que o motivo disso seja que a banda soube colocá-los nos momentos certos. Dou, de novo, meus parabéns ao guitarrista que soube colocar um riff muito bom, deixando a música melhor, e mais bela do que já estava. Não posso deixar de falar do solo que ficou muito bem-feito, talvez por causa da base, que combinou muito bem.

“Fosso” começa com um chamado do baterista, e então a guitarra entra muito bem, em conjunto com o groove da bateria. Palmas para o baterista, que soube usar o chimbal para deixar a música com um andamento mais rápido. Os guturais de Lúcio entram novamente, desta vez mais agudos. Palmas para o baterista que, usando o pedal duplo muito bem, soube dar a animada perfeita para a música, em conjunto com a guitarra e o baixo. Falando neste último, talvez seja um dos pontos negativos da demo, que não deixou o baixo muito audível para quem estiver escutando o material da banda. Usando um prato de ataque, em conjunto com os pedais duplos, o baterista soube dar forma para a música, combinando muito bem com a guitarra. Chegando ao fim, com belos riffs do guitarrista, devo dar meus parabéns à Aço Negro, por conseguir registrar um material tão bom para o Metal Underground brasileiro.

Com certeza quem está ligado à política, vai ver que a capa da banda, tem no papel de fundo, a bandeira do anarco-sindicalismo. Isso se confirma nas letras da banda, que falam em lutar por liberdade, reflexões sobre a sociedade, e muitas outras críticas políticas.

A capa e contra-capa ficaram bem simples, mas nada que acabasse com o material musical da banda. Meus parabéns, e que a Aço Negro siga firme e forte registrando seu Death Metal Melódico, tanto para os headbangers brasileiros, tanto para os do mundo inteiro!

Por: Luiz Gustavo

Track List:
01 - Marcha
02 - Enclausurados 
03 - Destroi Nossa Vida
04 - Fosso

Membros:
Alef D. Deus - (Guitarrista)
Jefferson Anglesorath - (Baterista) 
Lário Diniz - (Baixista) 
Lucio França - (Vocalista)

Links:
*Facebook
*Soundcloud 

sábado, 4 de abril de 2015

Resenha: ''Todtenbuch'' - Primordium


Que o tempo é um dos fatores para o aperfeiçoamento das bandas, isso ninguém pode negar. No caso do Primordium foi evidente, lançaram 2 demos e 1 EP e só após 15 anos desda sua formação foi lançado seu primeiro álbum nomeado "Todtenbuch" via Rising Records, em 2014. Uma obra envolvente, mística e conceitual toda focada na cultura egípcia, valorizando a velha escola do Death Metal de modo eficaz e preciso. Dessa forma a banda deu seu passo inicial para se tornar uma das melhores bandas brasileiras de todos os tempos. 

A arte gráfica e a qualidade do material ficou fabulosa, de alta qualidade mesmo! Sendo a capa desenvolvida pelo artista plástico Sandro Freitas que tomou a liberdade de criar o desenho por base nas ideias da banda.

Após a Intro ''Todtenbuch'', o CD começa com "Curse of Imhotep", uma das melhores do disco pois possui uma atmosfera muito especial. Os backing vocals combinam perfeitamente com a música e sem falar nos riffs bem produzidos e executados, deixando a canção ainda mais enriquecida. Vale ressaltar que essa música é baseada no filme ''A Múmia (1999)''.

Em seguida é a vez de "Mummified" e "Gates of Re-Staú", faixas bem conduzidas pelo baterista que evidencia muito bem o uso dos pedais e dos pratos, fora isso vale o destaque para os excelentes elementos que são misturados a sua música por intermédio do sampler. Dando continuidade a essa obra-prima nacional, é a vez de ''Legion'', evidenciado todo o potencial do Primordium, possui um clima místico e cadenciado, além de fazer até uso de um violino, instrumento não tão utilizado por bandas de Death Metal Old School, investindo assim, em uma sonoridade criativa e autêntica.

Prosseguindo com o álbum, é a vez de ''Transcending'', um hit já bastante conhecido pela sua divulgação, exalando elementos rápidos e atmosféricos. Logo adiante é a vez de "Khmunu", uma faixa experimental que faz uso de um instrumento musical não tão conhecido chamado ''Didgeridoo'' (instrumento de sopro dos aborígenes australianos), servindo para dar uma acalmada e gerar mais expectativas pelas próximas músicas.

Em ''Glory Of Rá'' e ''Pillars of Eternity'' o Primordium abusa de sua criatividade e desenvolve diversos compassos diferentes, refrões obscuros e envolventes, levando o ouvinte a imaginar como seria os tempos da antiguidade em que o Egípcios eram uma grande potência, creio que isso seja uma dos objetivos da banda.

O álbum finaliza com ''Negative Confession'' e ''Osiris (Arcanus XX)'', a primeira gera um clima soturno e ao mesmo tempo empolgante, abrangendo todo um misticismo em suas entrelinhas. Já a segunda, além de possuir uma boa atuação do baixista, termina com um violão melancólico despertando um sentimento de perceptiva para com um futuro álbum.

Portando o Primordium é uma banda que veem produzindo sua música com personalidade, buscando sempre aprimorar mais ainda sua técnica, almejando o sucesso pela sua autenticidade. Gravem este nome, vocês ainda o ouviram muito futuramente.

Track List:
01. Todtenbuch
02. Curse of Imhotep
03. Mummified
04. Gates of Re-Staú
05. Legion
06. Transcending
07. Khmunu
08. Glory of Rá
09. Pillars of Eternity
10. Negative Confession
11. Osiris (Arcanus XX)

Membros:
Gerson Lima - (Vocal) 
João Felipe Santiago - (Baixo) 
Lux Tenebrae - (Guitarra) 
Alex Duarte - (Guitarra
Augustus Caesar - (Bateria)

Links:
*Rising Records
*Facebook

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Resenha: ''Some Ways Back No More'' - Lothlöryen




O primeiro fato a ser apontado sobre o ''Some Ways Back No More'' é que este álbum é uma regravação, pois ele foi lançado originalmente em 2008. Desta vez, notamos que a qualidade da mixagem dos instrumentos foi bastante melhorada, assim como novas linhas vocais foram adicionadas pelo próprio vocalista, Daniel Felipe.

Quem não é familiarizado com som do grupo saiba que estes mineiros fazem um Folk/Power Metal com muita influência do velho Heavy Metal, com brechas para melodias bastante cativantes e podemos notar isso facilmente na música que é o single do álbum, “Hobbit’s Song” é uma canção possuidora de um tecladão setentista (o velho órgão) e um conteúdo lírico inocente, cativa de primeira e convida o ouvinte á sair cantado já na primeira audição.

Outras canções merecem destaque também, “My Mind in Mordor”, a longa “Unfinished Fairytale” contém um belo solo de teclado e inclusive vocais guturais, porém a melhor canção de longe é “White Lies”, transmissora de uma energia incrível, de acalentar a alma, e as linhas vocais pré-refrão de, Daniel me lembraram de Roy Khan (Ex-Kamelot), aliás, o som do grupo muitas vezes lembra grandes grupos europeus do mesmo estilo (Falconer e Elvenking) e não há razão de não colocar Lothlörien entre estes como referência mundial, pois a qualidade se iguala ao dessas bandas citadas.

Para concluir, o grupo fez muito bem em fazer esta regravação deixando o som de 2008 mais moderno e cristalino. Esperamos agora um novo cd de inéditas com está qualidade pra que possamos mais uma vez viajar pela Terra-Média com o som destes mineiros.


Track List:
1. My Mind in Mordor
2. We'll Never Be the Same
3. Hobbitcon (Intro)
4. Hobbits' Song
5. Some Way Back no More
6. A Secret Time
7. White Lies (Take Me Home)
8. My Grimoire
9. Unfinished Fairytale

Membros:
Vocal: Daniel Felipe
Guitarra: Leko Soares
Guitarra: Tim Alan Wagner
Baixo: Marcelo Godde
Bateria: Marcelo Benelli
Teclado: Leo Godde

Links:

Resenha: ''The Last March'' - Warcursed


O brilhantismo na carreira do Warcursed é algo bem natural, desde seu debut "Escape from Nightmare" em 2012, foi evidente que eles tinham um diferencial. Agora com a disparada do "The Last March" em 2014, a banda promove um álbum melhor produzido e com uma técnica descomunal, mesclando o Death Metal com o Thrash Metal de maneira esplêndida. Dessa forma, tornaram-se uma das melhores bandas da região nordeste, dividindo palco com bandas como Nervochaos, Sepultura, Ratos de Porão, Terraprima, entre outras.

Iniciaram como uma banda cover do MEGADETH e surgindo a vontade de criar músicas próprias e se tornar uma banda autoral, que na época chamava-se Post Mortem, eles buscaram sua própria identidade. Nas letras é levada uma temática focada nos problemas sociais, envolvendo guerra, religião, insanidade e problemas existenciais.

O ''The Last March'' inicia com com um instrumental ímpar, riffs super bem executados e criativos, além de um vocal poderoso e agressivo, a exemplo disso fica a sua primeira música ''Superior Tyranny'' esbanjando qualidade. Segue-se então para a faixa homônima ''The Last March'' que brinda o ouvinte com momentos de pura agressividade, mas sem deixar de lado a técnica. Em ''K.I.Y.'' e ''Renegades From Hell'' o refrão e a sonoridade chega a lembrar o som do ARCH ENEMY mas de forma mais brutal, fato ressaltado pela grande qualidade dos músicos que fazem uso das cordas.

Em ''Deathmachine'' e ''Symptoms Of Decay'' o instrumental vai a loucura, possui muitos riffs cadenciados e há uma bateria e baixo bem marcado a todo momento.O álbum finaliza com as faixas ''Temple Of Destruction'' e ''Legacy Of Violence'' determinando que o Warcursed está preparado para fazer mais turnês pelo exterior e destruir tudo em suas apresentações, já que eles não passam em baixo para qualquer banda gringa.

Track List:
1. Intro Curse
2. Superior Tyranny
3. The Last March
4. K.I.Y
5. Renegades from Hell
6. Deathmachine
7. Symptoms of Decay
8. Temple of Destruction
9. Legacy of Violence

Membros: 
Luciano Miranda (Vocal/Baixo)
Richard Senko (Guitarra)
Eduardo Victor (Guitarra)
Marsell Senko (Bateria)

Links: 

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Resenha: ''Rastros'' - Cangaço



Fazendo uma breve introdução á essa banda que todos os headbangers brasileiros deveriam conhecer, foi em 2010 que o Cangaço foi formado e foi neste mesmo ano que a banda ganhou notoriedade, vencendo a disputa do Wacken Open Air Brasil, e depois tocando na Alemanha, este que é o maior evento de Metal do mundo.

As razões pela qual o grupo venceu são bem simples: Criatividade e qualidade! Nas suas 2 demos lançadas no ano de 2010, (Cangaço e Parabelo) já podíamos ouvir que a banda além de apresentar músicos de qualidade, foge da zona de conforto apostando na musicalidade regional da sua cidade (Pernambuco), o baião. Exato! Misturando, um Death Metal muito técnico com o baião, esses cangaceiros provaram para uma cambada que misturar os ritmos do nosso país ao metal cai muito bem. Isso já fora provado antes pelo Angra, mas o Cangaço levou essa exploração á patamares mais elevados.

Lançado em janeiro de 2013, o debut do grupo, Rastros, é de deixar boquiaberto o ouvinte. Cada música é uma miscelânea impressionante. Não é mais somente o Death/Baião, agregaram pegadas de Thrash e muito, muito metal progressivo pode ser notado. Uma riqueza ímpar nas letras, a grande maioria em português.

Só a trinca, “Cantar ás Excelencias das Armas Brancas”, “Arcabuzado” e “Bombardeio no Ceará” valem pelo cd todo. Eu na realidade, não sei como destacar cada música, porque é realmente tudo muito bem feito, todo o cd é inexplicavelmente único. Riffs bem trabalhados, as nuances do baião nordestino encaixam de maneira estupenda, linhas virtuosas do baixista, Magno Barbosa, são sublimes e com certeza é o ápice técnico do álbum. Talvez a guitarra de, Rafael Cadena, pudesse ser mais enfatizada, mais grave, mas isso não chega a ser um ponto negativo.

“Mental”, é a prova do quão abrangente é o entendimento musical destes pernambucanos, dali pra frente o álbum descamba pra uma progressividade imensa, o ouvinte já esta entorpecido com o trabalho delicioso de se ouvir que é o, Rastros.

É o trabalho mais ousado que já ouvi do Metal nacional e espero que não seja o ultimo, o metal brasileiro agradece á vocês Cangaço! “Nós somos o Cangaço, só deixamos rastros, aos que vem auxiliar!” Espetáculo!

Por: Guilherme Rocha

Track List:
1. Atrito

2. Cantar às Excelências das Armas Brancas

3. Arcabuzado

4. Bombardeio no Ceará

5. Encarnação

6. Mental

7. Statu Variabilis

8. Corpus Alienum

9. Devices of Astral

Membros:
Magno Barbosa Lima - Baixo & Vocal 
Rafael Cadena - Guitarra & Vocal 
Mek Natividade -Bateria

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